sábado, 13 de setembro de 2008

Emagreça fazendo uma dieta emocional

Veículo: Portal iTodas

Ela funciona, sim. O aumento de peso, muitas vezes, pode estar ligado ao estresse, ansiedade e depressão. Veja o que acontece com seu corpo e dê um basta na comilança!

Por Raquel Moraes






Você tem a sensação de possuir um superapetite quando está estressada ou deprimida? Não é impressão sua. Realmente, nosso corpo parece pedir mais - e mais - comida quando não estamos em um bom dia. Por isso, antes de fazer uma dieta para tirar aqueles quilinhos a mais, é necessário descobrir o porquê de tanta fome. Pois, o motivo pode estar no seu cotidiano, atividades e sensações, além da alimentação.

Quando você está estressada, acontece uma alteração nos seus hormônios que estão ligados aos sentimentos e a nutrição, como explica o médico psiquiatra do Hospital Samaritano, em São Paulo, Sérgio Klepacz.

"Toda vez, que temos algum estresse, comemos mais. Pois, liberamos o hormônio cortisol, que altera a sensação de bem-estar e, logo, sentimos um certo desânimo. Então, nosso corpo pede mais glicose, que é a fonte de energia, e dá preferência a alimentos com carboidratos que são rapidamente absorvidos, liberando a insulina, que dá uma sensação agradável ao corpo", esclarece.

E assim é iniciado um círculo vicioso: você se sente estressada e tem a sensação de que, para melhorar, precisa comer. E, cada vez mais, e em menos tempo, pois esses carboidratos são absorvidos cada vez mais rápido. Como se fosse uma espécie de droga que, quanto mais você usa, mais você precisa. Mas, o resultado disso cada vez mais estresse e aqueles quilinhos que você detesta. E, nestes casos, a dieta ajuda, sim.


Faça dieta


Segundo a nutricionista da Clínica Equilíbrio Nutricional, Roseli Rossi, já foi comprovada do seu benefício. “Estudos científicos identificam que a ansiedade e o estresse estão relacionados à redução de magnésio, o que faz o indivíduo buscar a reposição deste mineral através da alimentação (abacate, amêndoas, amaranto, gérmen de trigo, semente de girassol)”, alerta.

E ainda completa que o controle da ansiedade e da depressão está, também, diretamente ligado a uma dieta que contenha alimentos que sejam fontes de ômega-3, como sementes oleaginosas e peixes, pois a deficiência deste ácido aumenta a atividade do eixo que controla os níveis de cortisol.

Uma dieta que tenha as características adequadas de cada grupo alimentar ajuda para um equilíbrio mental, corporal e hormonal. Afinal, cada alimento irá fazer o seu papel que é extremamente importante para o funcionamento correto do corpo. Mas, é importante saber qual perfil você se encaixa para não errar na escolha dos alimentos.

Qual é seu problema?

Antes de iniciar uma dieta, é necessário encontrar a causa do problema. Tem trabalhado demais? Anda estressada em casa? Você é muito ansiosa? Para diagnosticar, não é difícil, basta encontrar o que te incomoda.

Segundo a nutricionista, há como detectar se o aumento de peso tem origem na depressão ou na ansiedade. “Em pessoas deprimidas, o consumo do alimento é uma das principais (ou única fonte) de prazer e bem-estar, mesmo que momentâneo. Já em pacientes ansiosos, o aumento de peso pode ocorrer não só pela busca maior de alimentos fontes de carboidratos, mas, também, pela freqüência incontrolada destes alimentos (como beliscar toda hora), voracidade na ingestão e velocidade em que se alimenta”, diz.



Você é ansiosa e tem tendência a depressão?

Calma! Você pode controlar sua alimentação também, e evitar problemas. Confira essas dicas que a nutricionista Roseli Rossi preparou e mude seus hábitos!

1. Evite ficar em jejum em um período superior a 4 horas: seu nível glicêmico diminuirá muito e sua compulsão alimentar poderá aumentar.

2. Não tome líquidos durante as refeições. Isso vai interferir na digestão.

3. Evite consumir condimentos fortes, como as pimentas e molhos à base de gorduras; café e alimentos ricos em cafeína também são prejudiciais, uma vez que são mais excitantes.

4. As opções na hora de alimentar-se devem ser sempre por carboidratos integrais, como: frutas, proteínas magras e alimentos ricos em fibras, lembrando sempre que nenhum destes grupos alimentares serão devidamente aproveitados pelo corpo quando tiverem gorduras e óleos nas técnicas de preparo (frituras, empanados).

5. Os alimentos que não devem sair do seu cardápio são:

Fontes de cálcio: brócolis, couve, figo e laticínios.

Fontes de magnésio: abacate, amêndoas, amaranto, gérmen de trigo, semente de girassol.

Fontes de carboidrato complexo: batata doce, leguminosas, cereais integrais.

Fonte de Vitamina B6: aves, banana, ervilhas, nabo, banana, batata, salmão.

Fontes de ácido fólico: espinafre, fígado, feijão, brócolis, suco de laranja;
Fontes de ômega-3: Peixes de água fria (salmão, sardinha), semente de linhaça.

"Esses tipos de alimentos contêm nutrientes e vitaminas essenciais que o organismo necessita para sobreviver e cumprir suas funções vitais, sem qualquer sobrecarga de toxinas que lhe prejudica. Além disso, alimentos de boa qualidade e saudáveis equilibrarão as eventuais disfunções que o corpo desenvolveu", completa.

Largue do estresse!

De acordo com o médico psiquiatra Sérgio Klepacz, uma vez detectado a raiz do problema, fica mais fácil cuidar da sua mente e de sua alimentação. Para as pessoas estressadas e as ansiosas, algumas coisas mudam, mas o principio é o mesmo: reserve um tempo para você e para o que te deixa feliz!

- Divirta-se mais e trabalhe menos.

- Tenha hábitos mais saudáveis, pratique esportes para que você possa liberar mais energia de forma positiva.

- Mude o perfil de sua alimentação. A busca por um nutricionista pode ajudar bastante.

- Coma mais proteína, e evite carboidratos de farinha branca (que tem ação rápida da insulina), como: pão e massas.

Aconteceu comigo

A assessora de imprensa, Regiane Santana, de 30 anos, passou pela péssima experiência de engordar por causa do estresse. “Quando estava superestressada, por causa de excesso de tarefas e insegurança, sentia ainda mais vontade de comer alimentos como massas, queijos amarelos, doces e frituras. A satisfação era imensa, como se eu estivesse preenchendo um tremendo vazio. No total, cheguei a engordar 12 quilos. Mas, hoje, consegui emagrecer 10, com a ajuda de dietas e exercícios. Entrei em uma academia que tem um programa específico para perda de peso. Mas, confesso que nos períodos de estresse profundo, fica difícil seguir qualquer dieta ou exercício, mas me seguro. Hoje, evito comer pizza, pão de queijo, salgadinhos e até mesmo óleo de soja”, completa.

Mulheres, atenção!

Sim, temos mais tendência a engordar que os homens. E, isto acontece por causa das oscilações hormonais que nosso corpo sofre. Por exemplo a progesterona, estrógeno e serotonina, que interferem diretamente no comportamento emocional e alimentar.

E, isto fica claro nos dias que antecedem a menstruação. O apetite aumenta e a vontade por doces é cada vez maior. Esta, é a maior prova que os hormônios realmente influenciam no seu cardápio.

Mas, nesta fase, é superimportante você se controlar, pois, se você consumir mais carboidratos refinados irá acentuar mais este sintoma de grande apetite, entre outros desagradáveis.


Consultoria:

Sérgio Klepacz - médico psiquiatra do Hospital Samaritano
http://www.totalbalance.com.br/

Roseli Rossi – Clínica Equilíbrio Nutricional
http://www.equilibrionutricional.com.br/



Imagens: Getty Images / Photodisc





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